quarta-feira, 4 de março de 2015

Uma bolha chamada Dólar!

Que o Brasil está mal das pernas todo mundo já sabe. Seja por um excesso de bondade efetuada em anos anteriores, seja por menosprezar uma crise que trouxe ondas secundárias bem maiores que as esperadas, ou simplesmente pela guerra política declarada nas últimas eleições; a economia está em crise. Particularmente eu preciso me controlar, pois minha intenção não é falar de política, mas é inegável que estamos vivendo reflexos no nosso dia a dia.


O objetivo de hoje é tentar descobrir se a alta do dólar também está relacionada a esses fatores, ou se o dólar é um caso a parte. Os acontecimentos das últimas semanas começam a nos mostrar que o dólar impacta, mas pouco tem a ver com o cenário doméstico. É fato que nos últimos tempos a moeda americana tem batido recordes de cotação, porém essa alta não é isolada no mercado nacional. No mundo todo, principalmente impactando os emergentes, o dólar está batendo recordes.

Qual é o motivo então? Alguns fatores estão colaborando para essa alta em massa do dólar. E na sua maioria, como sempre acontece com esse maldito mercado, são rumores. As pessoas semplesmente acreditam que o dólar vai subir, e por isso ele sobe. Os fatores mais pontuais em que se pode crêr nos retomam ao freio que a economia chinesa está aplicando nos motores de seu crescimento. Ao invés de crescer indiscriminadamente, os chineses estão se adaptando a um ponto mais sustentável, ou seja, a economia chinesa deve crescer menos, mas melhor.


O problema é que um espirro lá, gera um tsunami no resto do mundo. Do dia pra noite o maior consumidor de materias prima do mundo passa a comprar menos. Isso impacta diretamente na receita de milhares, ou milhões de empresas pelo mundo todo. Porque ao passo em que eu, você e todas as pessoas compram da china, todas as empresas de produtos primários vendem para a china.

Outro fator é que a Europa ainda está se recuperando da crise. A Grécia, apesar do alívio anunciado em novos prazos para pagamento de suas dívidas, ainda puxa a economia do continente inteiro para um degrau abaixo do ideal. E economias em crise compram menos e investem menos. Com tudo isso a palavra de ordem é liquidez.


Os investidores, as pessoas normais, as empresas e os governos estão procurando manter dinheiro em caixa. Segurar nos gastos, evitar desperdicios, e ter uma reserva em moeda corrente para enfrentar um momento que ainda não se sabe qual é. Só que ao levarmos isso ao âmbito internacional, vamos chegar a conclusão de que o dólar é o sinônimo maior de liquidez.

Por fim, o Brasil vai mal, ajudado por um mundo que não vai bem, e o dólar sobe porque todo mundo está querendo a sua cota de emergência. Essa bolha vai estourar? Sim, mas o mercado ainda vai infla-la até o seu limite, e até que o dólar comece a baixar tem muita água pra rolar. Mas um coisa eu garanto, como em qualquer crise, tem muita gente ganhando muito dinheiro com cada coisa que acontece, seja de bom ou de ruim. E para nós só sobram os aumentos...


No ensaio, os clássicos nacionais, Caravan, Karmann Ghia e Maverick. No vídeo, um pouco de Grand Funk Railroad com We're An American Band!

Abraços!!!

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