Eu sei que deveria ter chamado de ambição, mas infelizmente a palavra ganância gera mais resultados e interessados, então... O post de hoje fala sobre algo que muitos julgam necessário, outros exageram e outros nem mesmo querem saber. O assunto é ganância sim, é ambição também, e o quanto vale tudo isso.
Observando os papos, seja dos colegas de trabalho, de alguns amigos, de pessoas que eu mal conheço, percebi que em muitos casos o tom da conversa é dinheiro. E não só o dinheiro que possuem, mas o dinheiro que precisam possuir no curto espaço de tempo que eles chamam de "pra já". São muitas pessoas, algumas delas que gozam de razoável padrão de vida, expressando sua insatisfação com o mesmo padrão. Sim, eu ouvi um colega de trabalho dizendo que precisava ganhar mais com urgência porque tinha que comprar uma cobertura e trocar de carro, aliás o carro em questão é uma Kia Sportage, e não das velhas.
Pois bem, a questão é, até que ponto nós conseguimos reclamar, reclamar e reclamar, sem dar valor ao tudo que temos? Por que é tão difícil nos comparar a quem tem menos do que nós e tão fácil nos espelhar àqueles que estão "acima"?
Uma colega indagou porque eu não tenho vontade de prestar aquele tal concurso que paga muito para o qual todos estão estudando, ou porque eu não me inscrevia naquela oportunidade de trainee para outra cidade que paga muito bem. A resposta é simples e objetiva, porque eu não estou insatisfeito com o todo, não estou insatisfeito com o que faço ou com o que ganho hoje. Mas você não quer crescer? Sim eu quero! Mas com sabedoria, consciência, e aqui a palavra mágica, sustentabilidade. De que adianta eu passar num processo para outra cidade se com isso arriscaria meu bem maior? A minha família! Fale o que quiser, mas uma mudança não se faz da noite para o dia, precisa tempo, e tempo hoje é o que eu mais preciso para uma coisa. Estar junto do meu filho.
Ok, teoricamente eu tenho um motivo e alguns podem até me entender, mas certamente muitos vão justificar que ganhar mais, conseguir um cargo alto, mudar de vida, etc, que isso tudo compensa alguns sacrifícios. Mas será mesmo? Acho que é hora de um momento de reflexão. De que adiantam esses cifrões a mais na conta se você não estará junto de quem ama para gasta-los. E digo mais, será que a felicidade está mesmo aliada a esse montante monetário?
É lógico que eu conheço muitas pessoas ditas ricas que são "felizes", que não se preocupam se o valor da escola do filho pesa no orçamento e nem precisam decidir se reformam a casa ou trocam de carro, pois há dinheiro para os dois. Mas essa felicidade pode muitas vezes ser uma felicidade material, uma felicidade aparente, uma felicidade frágil de mais, do tipo sem dinheiro sem sorriso.
Não estou dizendo que o certo é abandonar tudo, fazer voto de pobreza e receber de volta a verdadeira felicidade. Eu também vivo numa sociedade capitalista, eu também quero mais, também quero reformar a minha casa, trocar de carro e pagar a escola do meu filho. Mas é aí que entra o meu modo de pensar, se hoje eu consigo fazer uma coisa dessas de cada vez e com responsabilidade, eu devo à subida sustentável que conquistei ao longo dos anos. E se vêm dando certo, por que não me manter fiel ao que acredito?
Só o que eu quero é manter as conquistas passadas, dando valor a cada passo novo, e construir a minha escada na rocha, e não na areia.
Forte abraço!
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