Você já perdeu a chance de comprar algo que queria muito e ficou se sentindo péssimo por isso? Perdeu um promoção, quando chegou já tinha acabado, um negócio que não deu certo. Uma roupa, um livro, uma passagem aérea, um carro. Independente do tamanho ou do preço do que se almeja, a questão é que ninguém gosta de perder uma oportunidade. E a verdade é que as frustrações fazem parte da economia.
Como todo mundo sabe, eu gosto muito do exemplos automotivos, e eu já expliquei que além do gosto pessoal há ainda um grande motivo. A industria e o comercio de automóveis é uma das forças motrizes que comanda a economia. Desde a sua criação no final do século xix, o automóvel é o que, literalmente, leva o mundo aonde ele quer ir. Sua função militar, é claro, foi notável, e daí até ajudar a dona de casa a trazer as compras do supermercado para casa, o carro é figura indispensável numa sociedade moderna.
Mas enfim, estávamos falando de negócios, e eu acho que um dos mercados mais complicados da atualidade é justamente o de carros usados. Esse assunto para mim é uma paixão, a adrenalina de negociar, desde o procurar um carro pela internet até o momento de fechar uma venda, uma troca, são momentos de verdadeira emoção para algumas pessoas, e eu me incluo nisso. Mas é no mercado de automóveis usados que moram grandes frustrações.
A primeira delas é quando você se encanta com um carro e ele já foi vendido, mas digamos que essa é fácil de engolir, pois afinal de contas você sequer viu o carro. Mas há situações piores, como você gostar de um carro, ir vê-lo e descobrir que não era tudo aquilo que você imaginava, a pintura está queimada, ou pior, você gira a chave e só vê fumaça. É, e o pior de tudo é que às vezes você está desesperado, sua carta na manga nem vale muito e você arrisca. Você compra um carro que não era como você imaginava. E o tempo vai passando e você descobre que é como se você tivesse voltado à adolescência, com aquele carro velho, barulhento, que consome um bom dinheiro em manutenção. Tudo bem, o primeiro carro de 90% das pessoas que eu conheço não era assim, mas se meus amigos de bolsos menos favorecidos lá de 10 ou 12 anos atrás vão bem lembrar como era a vida.
Enfim, você gasta, arruma, usa no dia a dia, falta tempo, falta dinheiro, você sabe o que quer fazer mas não consegue. Você olha do lado e vê que tem na garagem um carro novo, sim, pois quem sabe negociar pode até fazer maus negócios, mas também acerta. Mas de qualquer forma o seu carro velho, que deveria ser só um projeto de restauração e uso nos fuins de semana, de repente se torna seu carro oficial, sofrendo muito mais do que deveria. Por sorte é um tanque, onde cada centavo gasto vale a pena e dá resultado.
O que fazer? É claro que ele ainda está à venda, ou deveria ser já está à venda, enfim, está à venda por que o que comanda minha mente é o negócio, seja para ganhar (e algumas vezes eu ganhei mesmo) seja para empatar (sempre uma opção) ou até mesmo para perder. Pois no negócio de automóveis você não perde, só o prazer de dizer que eu estou tentando trocar de carro pela 5ª vez no período de um ano já significa muito. Não pra você, significa pra mim! Esse é o meu lance, o meu hobby, o meu estilo de vida.
E sobram histórias, lembranças, fotos e fatos que marcam cada carro que passa pela garagem. Eu chuto dizer que os mesmos 90% que nunca dirigiram um carro com mais de 10 anos de uso, também não vão entender o que é essa sensação. Mas aqui há um viés econômico muito forte que eu uso como justificativa racional. Todos os carros que eu comprei até hoje, e não foram poucos, foram à vista. 0% de financiamento, um dos maus que assola essa humanidade, que torna pessoas que se acham espertas em reféns de uma parcela que suga 30, 40 às vezes mais de 50% do seu salário.
Mas o que fazer? Vender por um preço injusto e correr atrás de outro carro meia boca? Juntar dinheiro em paralelo e comprar algo como já fiz outras vezes, ficando com mais carros do que pernas? Esperar, investir, tentar transformar o que aparentemente é o carro mais "velho" que tive nos últimos anos no que ele pode ser tornar? O que ele pode se tornar? A questão é que este carro é o único que tem potencial para tirar o trono do meu maior troféu. Gol, nenhum foi tão aclamado pelo público como aquela personalização. E quem mais poderia substituir com louvor se não um Voyage de mesmo ano?
Tudo bem que talvez você tenha lido tudo isso e chegou aqui sem entender nada, mas o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser. Um abraço e até a próxima. Mas não deixe de ler, você nunca sabe o que está por vir no Rápidas!
No vídeo da semana, uma homenagem a uma das clássicas bandas nacionais que não estão sempre na mídia. Eu conheço e recomendo muitas músicas, mas aí vai a mais famosa de todas, para relembrar!
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