segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os impostos e seus descontos.

IPVA e IPTU, os grandes vilões do orçamento nos primeiros meses do ano. Eles chegam quietos em sua caixa de correio, oferecendo duas vantagens distintas, um descontinho no pagamento à vista ou então a opção de parcelamento. Claro que como economista eu vou sempre dizer que a melhor opção é o pagamento à vista. Mas quando não se tem essa quantia, vale a pena emprestar? Sim, pois mais absurdo que pareça, algumas pessoas pensam assim, por diversos motivos, será que algum está certo? Vamos descobrir.


O período compreendido entre dezembro e janeiro é sempre complicado para o bolso, o que começa com as festas de natal e ano novo, termina com os impostos anuais ligados ao dois bens mais importantes da vida de muita gente, o seu carro e sua casa. As alíquotas variam de estado para estado e cidade para cidade. Você já percebeu que todos os carros da Localiza são de MG? Sim, pois as taxas desse estado são as menores e quem está falando de pagar 50 ou mais ipvas no início de ano, isso faz diferença. Mas nós, pobres mortais, não temos como emplacar nosso carro em Minas, muito menos mudar o endereço de nosso imóvel para uma cidade onde o pitu é mais em conta, então temos que pagar.

Os descontos também variam, aqui no Paraná o desconto é de 15% para os imóveis e 5% para os automóveis. O desconto é muito baixo para os carros? É sim, mas se você deixar o valor aplicado enquanto paga parcelado você não irá obter os 5% em rendimentos, ou seja, a melhor opção é pagar à vista.

E quanto ao empréstimo? Bom, aí está um assunto muito delicado. A única alternativa em que contrair um empréstimo para pagar os impostos é válida é se a pessoa estiver totalmente comprometida financeiramente e precisar de mais dinheiro. Ainda assim o juro do empréstimo vai ser maior? Vai, com certeza! Mas digamos que a pessoa precise de dinheiro para pagar ainda as festas de no novo, os impostos e o material escolar do filho. É mais justo que ela pegue um empréstimo e pague essas coisas, todas juntas, ficando com uma única conta.


Se você acha que o que eu estou falando não faz tanto sentido, vamos acompanhar o que acontece na maioria dos lares. O cidadão está endividado com o ano novo, pagando parcelas altas de cartão de crédito, aí num belo mês ele decide pagar o mínimo do cartão porque tem que pagar a primeira parcela do ipva e do iptu. Pronto, um mês de juros do cartão de crédito já é muito maior do que o juro daquele empréstimo. E digo mais, se o ser vivo pegar um dinheiro emprestado e pagar seus impostos parcelados ele irá pegar a mesma quantia e torrar com alguma besteira. Simplesmente porque o brasileiro é burro e não sabe viver com dinheiro no bolso.

Ter dinheiro na mão é sinônimo de ter que gastar, é a nossa cultura, não de hoje, não de 10 anos para cá, mas desde que nosso país era assolado por uma onda das proporções de um tsunami de inflação. Há pouco menos de 30 anos atrás o dinheiro não valia quase nada, e as pessoas precisavam receber seu salário e correr aos supermercados para fazer um grande compra. E a compra mensal é só um dos hábitos, que alguns já abandonaram, mas que muitos ainda adotam.

Mas enfim, qual é o correto então? Pagar à vista ou parcelar? De novo, como economista eu vou sempre defender que a dívida não pode ser uma coisa boa. E a solução clara e óbvia para isso é a boa e velha educação financeira. Quanto é a soma de seus impostos de fim de ano, 1000 reais? Simples, são 100 reais por mês de fevereiro à novembro, numa poupança ou fundo de investimento com uma baixa taxa de administração. É tão difícil assim?


Alguns podem dizer que esses 100 reais não seriam a única parcela a comprometer, pois há todas as contas do mês, a gasolina cara, e os gastos que aparecem sem avisar. Sim, concordo, mas aí basta usar o bom senso. Digamos que dos 1000 reais em impostos, 300 sejam iptu e 700 ipva. Acho que não precisamos ser muito detalhistas para descobrir que um ipva de 700 é de um carro novo e não popular. Ou seja, o ser vivo não consegue sequer guardar 100 reais por mês, mas anda de carrão.

É simples, é mais simples do que parece, é só viver com os pés no chão, eu tenho convicção e provas de que uma pessoa que ganha 1500 reais por mês, tem condições de guardar até 500 reais em alguns meses cujos gastos foram mais tranquilos. E isso é parte experiência própria. Portanto, não há desculpas, se as contas estão pesadas é necessário fazer uma revisão de vida.

O ensaio da semana trás carros isentos de IPVA, mas com muita classe! E para fechar com Rock de qualidade, Bad Company!


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Negócios, frustrações e oportunidades.

Você já perdeu a chance de comprar algo que queria muito e ficou se sentindo péssimo por isso? Perdeu um promoção, quando chegou já tinha acabado, um negócio que não deu certo. Uma roupa, um livro, uma passagem aérea, um carro. Independente do tamanho ou do preço do que se almeja, a questão é que ninguém gosta de perder uma oportunidade. E a verdade é que as frustrações fazem parte da economia.


Como todo mundo sabe, eu gosto muito do exemplos automotivos, e eu já expliquei que além do gosto pessoal há ainda um grande motivo. A industria e o comercio de automóveis é uma das forças motrizes que comanda a economia. Desde a sua criação no final do século xix, o automóvel é o que, literalmente, leva o mundo aonde ele quer ir. Sua função militar, é claro, foi notável, e daí até ajudar a dona de casa a trazer as compras do supermercado para casa, o carro é figura indispensável numa sociedade moderna.

Mas enfim, estávamos falando de negócios, e eu acho que um dos mercados mais complicados da atualidade é justamente o de carros usados. Esse assunto para mim é uma paixão, a adrenalina de negociar, desde o procurar um carro pela internet até o momento de fechar uma venda, uma troca, são momentos de verdadeira emoção para algumas pessoas, e eu me incluo nisso. Mas é no mercado de automóveis usados que moram grandes frustrações.

A primeira delas é quando você se encanta com um carro e ele já foi vendido, mas digamos que essa é fácil de engolir, pois afinal de contas você sequer viu o carro. Mas há situações piores, como você gostar de um carro, ir vê-lo e descobrir que não era tudo aquilo que você imaginava, a pintura está queimada, ou pior, você gira a chave e só vê fumaça. É, e o pior de tudo é que às vezes você está desesperado, sua carta na manga nem vale muito e você arrisca. Você compra um carro que não era como você imaginava. E o tempo vai passando e você descobre que é como se você tivesse voltado à adolescência, com aquele carro velho, barulhento, que consome um bom dinheiro em manutenção. Tudo bem, o primeiro carro de 90% das pessoas que eu conheço não era assim, mas se meus amigos de bolsos menos favorecidos lá de 10 ou 12 anos atrás vão bem lembrar como era a vida.


Enfim, você gasta, arruma, usa no dia a dia, falta tempo, falta dinheiro, você sabe o que quer fazer mas não consegue. Você olha do lado e vê que tem na garagem um carro novo, sim, pois quem sabe negociar pode até fazer maus negócios, mas também acerta. Mas de qualquer forma o seu carro velho, que deveria ser só um projeto de restauração e uso nos fuins de semana, de repente se torna seu carro oficial, sofrendo muito mais do que deveria. Por sorte é um tanque, onde cada centavo gasto vale a pena e dá resultado.

O que fazer? É claro que ele ainda está à venda, ou deveria ser já está à venda, enfim, está à venda por que o que comanda minha mente é o negócio, seja para ganhar (e algumas vezes eu ganhei mesmo) seja para empatar (sempre uma opção) ou até mesmo para perder. Pois no negócio de automóveis você não perde, só o prazer de dizer que eu estou tentando trocar de carro pela 5ª vez no período de um ano já significa muito. Não pra você, significa pra mim! Esse é o meu lance, o meu hobby, o meu estilo de vida.

E sobram histórias, lembranças, fotos e fatos que marcam cada carro que passa pela garagem. Eu chuto dizer que os mesmos 90% que nunca dirigiram um carro com mais de 10 anos de uso, também não vão entender o que é essa sensação. Mas aqui há um viés econômico muito forte que eu uso como justificativa racional. Todos os carros que eu comprei até hoje, e não foram poucos, foram à vista. 0% de financiamento, um dos maus que assola essa humanidade, que torna pessoas que se acham espertas em reféns de uma parcela que suga 30, 40 às vezes mais de 50% do seu salário.


Mas o que fazer? Vender por um preço injusto e correr atrás de outro carro meia boca? Juntar dinheiro em paralelo e comprar algo como já fiz outras vezes, ficando com mais carros do que pernas? Esperar, investir, tentar transformar o que aparentemente é o carro mais "velho" que tive nos últimos anos no que ele pode ser tornar? O que ele pode se tornar? A questão é que este carro é o único que tem potencial para tirar o trono do meu maior troféu. Gol, nenhum foi tão aclamado pelo público como aquela personalização. E quem mais poderia substituir com louvor se não um Voyage de mesmo ano?

Tudo bem que talvez você tenha lido tudo isso e chegou aqui sem entender nada, mas o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser. Um abraço e até a próxima. Mas não deixe de ler, você nunca sabe o que está por vir no Rápidas!

No vídeo da semana, uma homenagem a uma das clássicas bandas nacionais que não estão sempre na mídia. Eu conheço e recomendo muitas músicas, mas aí vai a mais famosa de todas, para relembrar!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Rotina... Quando ela é essencial.

O Rápidas estava de férias que o último post foi na metade de dezembro? Na verdade as férias foram justamente do computador. Férias do Facebook, um momento para cuidar da família e, no meu caso, trabalhar, pois tive pouca folga. Mas aos poucos vamos retomando a agência de postagens falando justamente sobre o que faltou nessas últimas semanas. Rotina. Os horários, compromissos, tarefas, obrigações do dia a dia, todos eles podem ser traduzidos como a sua rotina, que embora eu saiba, alguns não gostam, é de fundamental importância em alguns momentos.


Quem já não reclamou da rotina em algum momento? Quem não gostaria de poder acordar mais tarde pra variar, sair do trabalho mais cedo, largar mão de um dia na semana para não fazer nada? Essas quebras de rotina são normais, saudáveis, até diria necessárias, mas sem a rotina o prazer dessas coisas não existiria.

Para algumas atividades, estilos de vida, ou até mesmo carreiras, a rotina não é tão importante, ou melhor dizendo, não é fator primordial. Mas eu conheço pelo menos duas rotinas que são imensamente importantes e devem ser implantadas com o objetivo do bem comum. A vida de um bebê e o seu dinheiro. Atualmente eu vivo as duas e posso dizer com propriedade que não há nada como a disciplina, horários, regras e atitude para essas duas situações.

Muito se fala que um bebê precisa de rotina, e eu não poderia concordar mais com isso, pois só a rotina dá a noção ao pequenino ser que ainda não consegue entender sozinho as coisas do mundo, como uma primeira virada de ano por exemplo. Hora de comer, hora de brincar, hora de tomar banho, hora de dormir. Lógico que o bom senso é um grande aliado, à principio tudo isso se faz na hora em que se tem vontade, partindo do óbvio que é comer e dormir. Mas o incentivo e uso de pequenas regras faz com que a vontade venha na hora certa. Ok, o blog é de economia, não sobre criar filhos, mas criar filhos é um exercício que envolve muita economia.


Mas enfim, o exemplo do bebê é só para ligar à realidade o que falaremos agora, e que muita gente não aprendeu ainda. Para o controle do dinheiro a rotina é essencial. O hábito de controlar bem a sua vida financeira, torna-se uma rotina da qual você não consegue abrir mão. Anotar os seus gastos, saber com clareza o quanto se ganha e o quanto se tem na conta, ver algo que se quer e saber no ato se pode comprar.

Planejar é mais do que simplesmente ver o saldo da conta de vez em quando e ter uma vaga ideia do quando ainda tem. É acompanhar passo a passo quais as entradas e saídas de sua conta, tendo inclusive o poder de fazer provisões de investimentos e reservas de saque. Ter as contas bem pontuadas, sabendo onde e como se gastou e qual conta deverá ser paga em qual dia.

A rotina de tratar bem seu dinheiro só pode trazer benefícios a você mesmo. Aproveite esse início de ano para anotar tudo. Mas atenção, nesse momento é preciso ser muito forte, pois a quantidade de impostos e gastos de início de ano são tantas que a primeira reação pode ser uma leve depressão. Mas não se deixe levar. Um ano que começa se pagando ipva e iptu, tem ao longo de sua estrada os acordos sindicais, pequenos aumentos, plr, até chegar ao 13º. Que se você seguir a risca os bom mandamentos de uma saudável rotina financeira, não será para pagar dívidas, e sim para pagar esses impostos do começo do ano, ou ainda, se você for mais disciplinado e guardar cotas para pagar o imposto do ano que vêm, o 13º vai ser só para presentes de natal.


O planejamento das festas de fim de ano de 2014 tem que começar aqui, nos primeiros dias do ano. Falta muito, mas o tempo passa muito rápido quando estamos cuidando do que é nosso. Comece cuidando bem do seu dinheiro e quando vier o seu filho você poderá aproveitar bem melhor os momentos!

Nos carros, um clássico MP Lafer, um Puma GTE e um Lada Laika! Fechando com música, mais uma boa dos Engenheiros do Hawaii.


É isso aí galera, abraços!