sábado, 30 de setembro de 2017

Guia do Usado - Daihatsu

É lógico que nem todos os textos vão refletir modelos e marcas de grande sucesso ou de grande expressividade no mercado. Alguns são mais à título de curiosidade, endossando a magnifica história dos automóveis, algo de interesse para quem gosta do assunto. É de domínio público que há alguns países de ampla experiência no mundo dos carros, dentre eles podemos destacar o Estados Unidos, Alemanha e certamente o Japão. E é da terra do sol nascente que vêm a marca de hoje, com breve passagem pelo Brasil, a Daihatsu.


O Japão tem grande tradição nos automóveis chamados subcompactos, tendo em vista seus centros urbanos de alta densidade populacional. É nesse mercado que, desde os anos 1960, até os dias atuais, atua a Daihatsu. Pertencente hoje ao grupo Toyota, há rumores de que a marca estaria estudando a possibilidade de voltar a comercializar seus carros no Brasil. Hoje em dia a competição seria acirrada com os chineses, mas devemos lembrar que até hoje tal nacionalidade não caiu no gosto dos brasileiros.

A presença da ilustre marca no Brasil deu-se entre 1994 e 1999, seus fatores de chegada foram a abertura das importações, no entanto o martelo foi batido com a implantação do Plano Real e a equiparação com o Dólar na época, o que fechava o valor dos carros num patamar bem competitivo. No entanto, com o estouro da moeda em 1999, seus argumentos foram por água à baixo e a manutenção das operações tornou-se inviável. Foi quando eles pararam de vender seus modelos no país.


Falando dos modelos que estavam à venda na época, se não me falha a memória, os mais conhecidos foram Charade, Applause e Cuore, sendo os dois primeiros muito parecidos entre si. O Cuore é um pequeno hatch de 4 lugares, tipicamente urbano. Já os outros são pequenos sedans. É raríssimo de ver um carro desses em bom estado e mesmo os que se encontram em boas condições não possuem valorização de antigo, pois tratam-se de carros sem atratividade nesse meio. Mas sempre me chamam atenção.

Mas além desses compactos, haviam dois outros automóveis, esses sim dignos de nota exclusiva. Feroza e Terios, dupla de jipinhos da marca que possuem um bom valor agregado no mercado. Primeiro porque são bem descolados e segundo que jipes em geral sempre tem uma construção mais aperfeiçoada, o que garante uma confiabilidade maior. Vide o texto anterior do Niva, o maior sucesso da Lada. Sendo assim, entre 1994 e 1997 o Feroza e de 1998 a 1999 o Terios, aí sim são os ícones da Daihatsu no Brasil.


A diferença entre os dois Jipes, para os leigos, está no design. O primeiro lembra muito os antigos Samurai da Sukuzi, desenho bem quadrado, chapas metálicas retas e visual bem rústico. Já o Terios é um sinônimo de evolução, seu ano é 1998, mas ele parece mais moderno que outros de mesma linhagem. Suas linhas se parecem com o Vitara de 1999. Talvez mais bonito até que os EcoSport 2004, é da fase de Jipes Urbanos, seu visual combina com a cidade, no entanto, fica devendo para o fora dela.

Agora temos duas linhas distintas, sendo uma a dos automóveis comuns que citamos antes, que vão girar em torno de R$ 5 mil, até R$ 10 mil reais, e o postulante a dono precisa estar preparado para enfrentar desafios e surpresas na manutenção. A outra linha é a dos Jipes, normalmente muito mais bem cuidados, seus preços beiram os R$ 20 mil reais e o comprador pode encontrar carros com um histórico bem mais agradável. Está lançada a marca e o interesse, o resto é com vocês!


Nos modelos Feroza 1994, Cuore 1995 e Terios 1998 você observa o estilo da marca. E no vídeo, um pouco da fase atual de Alice Cooper!

domingo, 17 de setembro de 2017

Guia do Antigo - Lada Niva

Confesso que eu tenho farta admiração por Jipes e Fora de Estrada em geral, mas minha admiração não se limita somente aos SUV que estão incomodando as garagens de shoppings e supermercados nos grandes centros, eu gosto dos clássicos Off Road, mesmo que eu não tenha nenhuma experiência com trilhas ou seu ambiente. Desde os clássicos Willys até os modernos T4 da Troller, mesmo que alguns nunca tenham visto lama, é um estilo de vida. E hoje eu quero falar de um carro que alguns amam, outros odeiam, mas famoso ele é, o Lada Niva.


Pouca gente sabe, mas o Niva existe desde 1977. Sim, a marca que popularizou o automóvel na Russia precisava de um Jipe para enfrentar as condições de lá. Aqui no Brasil ele chegou com a abertura das importações em 1990 e foi objeto de aposta de muita gente, tanto que com uma procura simples você encontra vários por aí. De novo, eu não entendo de Jipes, mas sei que ele é um carro simpático e que de longe é o Lada de maior sucesso por aqui.

Originalmente os Niva vinham com um motor 1.6 de 4cc carburado, e assim foram até encerrarem sua participação no mercado. Mas algo interessante sobre esses russos é que há uma gama de oficinas e proprietários que fizeram a troca dos motores, por diversos motivos, pelos clássicos e seguros motores AP da Volkswagen. Portanto, você irá encontrar alguns Niva com motor AP sim e não precisa estranhar. É um jipe, e isso por si só já mostra que o carro é robusto e aguenta mais trancos que carro pequeno.


Se você precisa de um carro de menos de R$ 10 mil, você só tem algumas opções seguras, Uno, Gol, Corsa entre outros populares. Mas se você é uma pessoa que tem dinheiro e está disposto à arriscar, é aí que entram esses modelos diferentes. Não pense que um Niva é o carro ideal para você usar no dia a dia, ou que seja uma opção para fazer negócio e ganhar dinheiro, mas sim um carro para usar nos fins de semana e curtir um hobby diferente. Um Niva em bom estado chama muita atenção nos encontros de carro.

A vantagem de um Niva é que você, que está pensando em virar jipeiro, pode começar com um baixo investimento, e se destruir o carro (o que é possível) não terá muito à recuperar. Lógico que eu aconselho ouvir as dicas de um especialista primeiro, mas já vi muitos desses em trilhas e acredito que sejam úteis. Claro que um Vitara seria melhor, mas hoje em dia os Suzuki estão sobrevalorizados. Mesmo que você tenha que montar o Lada, talvez ele saia mais barato que um Vitara já preparado.


Já se o seu objetivo é ter um carro diferente pra usar nos fins de semana, ou até mesmo no dia a dia, se seus trajetos forem curtos, está aí mais uma opção que depois de um trato pode te trazer muitas alegrias. Alegrias em um carro antigo é saber que ele vai pra oficina de vez em quando, mas saber também que você está dirigindo algo incomum e que chama atenção de quem entende. Para alguns isso não importa, para outros a ostentação é que vale, mas para quem gosta de antigos, qualquer elogio ao seu já basta.

Um bom Niva, em estado de assumir, deve custar entre R$ 10 e 15 mil reais. É bem menos que um Vitara (acima de R$ 20 mil). Perceba que nem falamos dos clássicos Jeep que vêm lá desde os anos 1950. Entendo que esse modelos são objetos de desejo de muita gente, eles merecem um texto único que ainda deve ser elaborado, mas por enquanto, os russos podem ser uma pedida bem divertida para quem quer algo diferente.


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Guia dos Sonhos - Limousine

O mundo é cheio de símbolos e ícones que representam luxo e status. Aos poucos alguns desses símbolos vão se tornando acessíveis, ou pelo menos causam a impressão de ser. É como uma peça de vestuário ou acessório de uma determinada marca famosa, que parecia tão distante e agora está ali na loja do shopping chique que abriu recentemente. Continua sendo caro, mas se for o sonho de alguém, está há algumas parcelas do cartão de crédito de distância. Para quem gosta de carro, um símbolo de luxo e status pode ser a tal da Limousine.


Há coisa de 2 ou 3 anos atrás era quase impossível ver uma ao vivo, era coisa de filme ou de repente uma caravana presidencial vista pela TV. Embora elas existam no Brasil há mais tempo que isso, nunca puderam ser consideradas populares. Alguns exemplares utilizados por autoridades figuram em museus pelo país, mas hoje em dia não surpreende ninguém o fato de você estar na rua à noite e ver uma Limo branca ou às vezes até mesmo rosa, cruzando às ruas com festinhas rolando lá dentro. Um novo negócio surgiu.

A Limousine é quase tão antiga quanto o próprio automóvel, os registros apontam que a primeira Limo foi uma Cadillac modelo G 1909. Aliás, a marca de luxo americana, que já foi objeto de um texto exclusivo, é muito usada até hoje na configuração alongada, sobretudo em modelos como o CTS Presidencial e algumas transformações baseadas no imponente Escalade. No entanto, uma das transformações mais populares do mundo é a baseada no Lincoln Town Car, modelo que tive o prazer de experimentar em Las Vegas.


Em Curitiba há duas ou três empresas se especializando no aluguel desse tipo de carro, mas em cidades como Las Vegas, elas são tão populares que você as verá executando tarefas simples entre um e outro serviço, como ir ao supermercado ou à farmácia. Eu diria que lá, pelo menos a metade delas é feita sobre a plataforma dos Town Car, modelo elegante e luxuoso que combina bem com os serviços prestados. Casamentos, Festas e City Tours estão entre os mais contratados.

Por aqui estamos vivendo um boom baseado em um modelo bem específico. A grande maioria das transformações da região são do Chrysler 300C, modelo famoso por causa de uma novela há quase 10 anos atrás. É com base nesse americano da nova classe que são feitas a maioria das Limo brasileiras. A grande vantagem desse modelo está na frente que só de bater o olho todo mundo lembra. Uma identidade visual marcante, como as americanas, era o que a nova geração precisava.


Mas há uma gama correndo por fora, pois já não é de hoje que os luxuosos sedan estão sendo substituídos em várias garagens pelos SUV. Logo, essa tendência não teria como ficar de fora dessa modalidade de negócios em que moda é um fator importante. Se no exterior elas são comuns na plataforma dos Hummer, por aqui uma boa F250 da Ford pode se tornar o projeto perfeito de Limousine SUV. Há um nicho de clientes mais descolados e menos clássicos que podem preferir esse tema.

Bom, eu acho razoavelmente improvável que uma pessoa comum queira comprar uma Limousine como carro particular, mas eu aconselho um projeto exclusivo, então melhor começar com a compra do modelo base e depois procurar uma empresa especializada na transformação. Acredito que algo em torno de R$ 300 mil seja suficiente para algo bacana. Mas, se você só quer alugar, aqui no Brasil costuma-se locar esses carros por hora, para eventos, com o período total custando de R$ 1.500 a 2 mil reais.


As fotos do texto de hoje são todas minhas, primeiro a Lincoln Grace3 que locamos em Vegas, depois uma 300C em uma oficina próximo da minha casa tendo que fazer umas manobras, e por último uma Dodge Ram na Praça do Atlético em Ctba. E no vídeo, um pouco de classe e sofisticação de Prince!